sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Telemóvel q.b....

Não sei se é por uma questão de mentalidade, dado que na minha infância e adolescência não havia telemóveis (atenção, não sou tempo dos dinossauros, mas vou entrar nos entas ainda antes do ano acabar...), ou se será simples embirração, mas tenho uma quedazinha para me irritar quando vejo crianças pequenas a idolatrarem um telemóvel...

Nunca me passou pela cabeça dar um telemóvel ao meu filho até este ano, mais concretamente até ao início das aulas (uns dias antes, porque faz anos no final de agosto), porque a escola para onde vai não é propriamente das escolas mais calmas deste planeta e queria dar-lhe essa segurança de nos poder ligar se alguma coisa não corresse bem. Na verdade, não o fizemos sem muitas reticências. O meu marido não estava plenamente convencido e, em última análise, a minha consciência também me pesa por colocar um telemóvel nas mãos de um garoto de 10 anos.

O meu marido teve o cuidado de escolher um modelo baratinho, simples e que não causa grande aparato. Seria irresponsável da nossa parte comprar-lhe um smartphone que atraísse sobre ele a cobiça dos amigos do alheio, porque nas escolas também os há, sabemos bem. E não nos parece benéfico para uma criança de 10 anos que tudo lhe seja facultado de uma vez só, sem uma lógica progressiva. Como me fez notar o meu marido, e muito bem, quando quer ele, quer eu, tivemos o nosso primeiro telemóvel, era assim a modos que um tijolo (estávamos nos anos 90!!) e não passámos logo para um topo de gama. E as nossas crianças devem aprender que nem tudo aparece de mão beijada.

Quando ele andava no 4.º ano, houve uma imagem que me marcou e me fez pensar imediatamente que teríamos de o preparar antes de ter o seu telemóvel. Um grupinho da sala dele, em dia de passeio, de telemóvel na mão a exibir o seu aparelho e as suas características. Achei aquilo grotesco. Crianças de 9 anos, algumas delas com telemóveis bem caros, uma autêntica feira de vaidades. Reconheço que, em certos casos, se trata de um bem essencial. Crianças, por exemplo, que padecem de alguma doença, nenhum pai ficará descansado sabendo-a na escola e sem ter a certeza de que, caso seja necessário, facilmente consiga entrar em contacto com os pais. Em casos de pais separados, também percebo que seja mais fácil contactarem directamente a criança do que terem de falar com os ex, principalmente quando não se dão, etc..

Escolhemos já propositadamente um modelo sem ligação à net wi-fi, um tarifário mais oneroso para ele ter a noção de que não se telefona só porque apetece, aliás, uma das condições é que o telemóvel serve para nos ligar ou mandar sms se precisar de alguma coisa quando está na escola, por exemplo, se não tiver a última aula, para o irmos buscar mais cedo, se se esquecer de alguma coisa em casa, etc. E o certo é que desde que começou a andar com ele, o aparelho anda sempre sem som, nem se lembra que ele existe. 

Eu também tenho feito o meu 'trabalho de casa' e tenho-me abstido de lhe ligar, apesar de ouvir as mães dos colegas referirem que lhes ligam nos intervalos, ao almoço, etc. Não o faço e só o farei quando tiver um motivo para isso. Não sei se faço bem ou não, mas considero importante ele saber que pode sempre contar comigo sem que eu ande sempre em cima dele. Ele tem de crescer, ter as suas próprias vivências, e não vai ser um telemóvel que vai fazer isso por ele. Não se vai divertir mais se passar horas pendurado ao telefone com os amigos. Porque o telemóvel pode ser muito útil mas não deve ser considerado um brinquedo, pelo menos para uma criança, que ainda não tem vivência suficiente para conseguir ter o discernimento que se impõe. Quando usado como mero adereço não traz nada de bom aos nossos filhotes. Usar q.b. é o segredo ;)

          



                  

    


    

16 comentários:

  1. obrigada pelo comentário <3
    concordo plenamente com a tua maneira de pensar, acho que acaba por ser uma distração da vivência no mundo :)

    www.pinkie-love-forever.blogspot.com

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    1. Sim, o mundo não pára de girar lá fora enquanto estamos agarrados ao telemóvel ;)

      Beijinho e obrigada também pela visita :)

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  2. Ganhei um celular quando tinha 6 anos, mas desde então, estou sem desde que fui roubado!! Estás certa na criação do seu filho!

    ✯ Instagram ✯✯ Blog Diamante Turquesa ✯✯ Fan Page ✯

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  3. O telemóvel , já começa a ser uma dependência...

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  4. Concordo com você!
    Gostei muito do teu blog, quero acompanhar..
    Estou seguindo! Será bem vinda no meu também. Beijos

    http://seforflor.blogspot.com.br/

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  5. Concordo consigo, mas acho que é sempre bom e mais seguro um filho ter um telemóvel, visto que tem 10 anos. O que não concordo é que lhes sejam dados telemóveis tão caros, uma vez que eles ainda não são assim tão responsáveis e são se vão querer "gabar".
    Beijinhos <3

    www.losingmamind.blogspot.pt

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  6. Concordo em tudo! Eu só tive telemóvel prai quando fui pro 5º ou 6º ano mas também eu sou uma "criança" de '92 portanto também não tive acesso a essas coisas tão cedo.
    Também não acho muito normal miudos pequeninos a ostentar altos telemóveis, faz-me uma imensa confusão :3

    Beijinhoos***
    Cantinho da Suu

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    1. Ainda bem que não sou a única, é que às vezes até parece que sou eu que gosto de ser do contra ;)

      Beijinho

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  7. Uma coisa que tenho reparado nas poucas crianças com quem convivo é a aparente dimunuição da concentração devido à imersão nas tecnologias digitais. A minha prima de 11 anos passa o tempo a ver vídeos no Youtube (coisas de 10, 20 minutos) e quando a tento pôr a ver um filme a miúda não consegue, mesmo, manter-me focada. Independentemente do filme farta-se nos primeiros vinte minutos. É muito triste.


    Kill Your Barbies

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    1. É verdade, a tecnologia tem as suas maravilhas mas em compensação pode ter efeitos menos benéficos, especialmente nas crianças, é preciso moderação. É um tema que me aflige bastante como mãe, encontrar o meio termo.

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  8. Tive meu primeiro celular(aqui no Brasil o telemóvel se chama assim) com uns 8 anos mas como ficava em casa sozinha era uma coisa de necessidade,mas foi um daqueles bem baratinhos o que me fazia ficar até triste por ter um daqueles ao lado de meus colegas que tinham smartphones e celulares caros.
    Ganhei o meu primeiro smartphone com 12 anos e agora entendo o porque de minha mãe não me dar um logo de cara,há alguns dias por exemplo tive meu antigo smartphone roubado.
    Se agora,já crescida eu fiquei super assustada com o ocorrido,imagina se fosse uma criança de 8/9 anos?
    Os pais devem pensar muito na segurança dos filhos antes de adquirir um modelo caro e avançado para seus pequenos♥
    Retribuindo a visita e aproveitei para seguir♥
    https://bonequinhas11.blogspot.com.br

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Muito obrigada pelo seu comentário, vou ler com toda a atenção e responder aqui no post :D Se tem um blog, não se esqueça de deixar o endereço, quero muito conhecê-lo ;)